Brasília, 12 de setembro de 2025 – De 2020 até o momento, estima-se que as perdas por conta das estiagens no Rio Grande do Sul sejam superiores a R$ 319 bilhões. Como forma de dar uma resposta ao problema, o senador Luis Carlos Heinze – PP-RS – iniciou um projeto de mapeamento para identificar áreas naturais com potencial para acumulação de água e construção de açudes. Com essas reservas estratégicas, o produtor teria água armazenada para atravessar períodos de seca com mais tranquilidade.
Já foram identificados mais de 9 mil pontos em diversas regiões do estado, correspondentes a uma área de aproximadamente 500 mil ha. Mas para que esse projeto de irrigação seja bem-sucedido, a segurança energética é fator essencial.
Foi neste contexto que Heinze mobilizou autoridades federais, estaduais e lideranças regionais para discutir o futuro do fornecimento de energia elétrica nas Missões, na Fronteira Noroeste e no Alto Jacuí. O encontro, realizado na sede da Cermissões, em Caibaté, teve como pauta central a necessidade urgente de ampliar a infraestrutura energética para acompanhar as demandas da produção agrícola e industrial das regiões.
Durante o debate, Heinze destacou que as localidades vivem um momento decisivo: o consumo de energia cresce de forma acelerada, puxado pela irrigação e armazenagem de grãos, inclusive em períodos de estiagem. “Estamos falando do futuro da agricultura e da indústria em três importantes regiões do Rio Grande do Sul. Precisamos garantir que os investimentos em infraestrutura energética estejam alinhados ao ritmo de crescimento desses setores”, reforçou o senador.
Juntas, Cermissões, Ceriluz, Coprel, Certhil e Cooperluz atendem 154 municípios gaúchos e têm enfrentado diversos entraves: negativas para liberar novas cargas em cidades estratégicas, como Santo Ângelo e Cerro Largo. A rede concluída entre Roque Gonzales e Porto Xavier aguarda autorização para energização há quase cinco meses. Também são várias as reclamações de demora na análise de projetos em áreas de cruzamento com as redes da RGE. Entre as soluções debatidas para o cenário, estão a construção de novas subestações, o rebaixamento de linhas de transmissão e a modernização das estruturas já existentes.

Para Heinze, as cooperativas estão desenvolvendo um trabalho sério, mas sofrem com a falta de suporte das grandes companhias e do setor público. “Infelizmente, os esforços dessas empresas são empregados em melhorias voltadas aos centros urbanos. Elas parecem não levar em consideração que as atividades realizadas no interior do nosso estado são as verdadeiras responsáveis pelo progresso gaúcho, e isso não pode ser colocado em risco por falta de energia”, afirmou o parlamentar.
O senador assumiu o compromisso de dar continuidade à articulação junto ao governo federal, órgãos reguladores e concessionárias para destravar projetos e captar recursos. “A nossa mobilização é para assegurar que essas regiões mantenham seu protagonismo, com segurança energética suficiente para sustentar os avanços que virão nos próximos anos”, concluiu.
A reunião contou com a participação de representantes do Ministério de Minas e Energia, da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL -, Empresa de Pesquisa Energética – EPE -, Secretaria de Transição Energética, RGE/CPFL, Associação dos Municípios das Missões – AMM -, Associação dos Municípios da Fronteira Noroeste – AMUFRON -, Associação dos Municípios do Alto Jacuí – AMAJA -, de sindicatos, entidades do setor produtivo e cooperativas de distribuição de energia elétricas das regiões.