Heinze reúne representantes de 33 municípios para discutir projeto de irrigação e combate à seca

A pauta da irrigação e da segurança hídrica mobilizou autoridades da Fronteira Noroeste e Missões nesta sexta-feira, 10. Convocadas pelo senador Luis Carlos Heinze – PP-RS, lideranças municipais compareçaram ao auditório da sede administrativa da Fenarroz, em Santa Rosa, para debater estudo técnico que mapeou áreas com potencial para a construção de açudes estratégicos. O projeto é coordenado pelo geólogo e economista Rogério Porto e contou com recursos do mandato de Heinze para sua realização.

Mais de 33 municípios enviaram representantes, entre prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e secretários. Também participaram do encontro membros da Emater, sindicatos rurais, cooperativas e responsáveis pelo Cadastro Ambiental Rural – CAR.

“Estamos falando de uma medida prática e eficiente para dar mais tranquilidade ao produtor. Água armazenada é sinônimo de segurança e estabilidade para o campo gaúcho. É fundamental que as lideranças participem, poiso envolvimento de todos é o que vai transformar o projeto em realidade”, afirmou Heinze.

O que foi apresentado

Conduzido por Rogério Porto, com participação dos professores Allan de Oliveira, Heinrich Hasenack e ElvioGiasson, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS -, o projeto usa georreferenciamento para identificar áreas aptas à acumulação de água. A partir da sobreposição ao CAR, as prefeituras conseguem localizar com precisão em quais propriedades estão os pontos indicados para a construção dos açudes.

O mapeamento, cuja realização foi possível por meio de recursos destinados pelo mandato de Heinze, identificou mais de 7,7 mil pontos no RS e segue em expansão. Em versões anteriores do levantamento, a projeção já apontava para cerca de 9 mil áreas potenciais quando o trabalho cobrir todo o território.

No encontro, Heinze e Porto detalharam os números de açudes mapeados para cada um dos 33 municípios participantes. No recorte divulgado, são 2.339 pontos. As cidades com maior número de áreas para construção dos açudes são:

Giruá: 349
Santa Rosa: 229
Independência: 142
Três de Maio: 134
Santo Cristo: 104

As demais presentes, com os respectivos pontos identificados, são: Alecrim (46), Alegria (43), Boa Vista do Buricá (14), Campina das Missões (67), Cândido Godói (95), Cerro Largo (22), Crissiumal (64), Doutor Maurício Cardoso (69), Guarani das Missões (87), Horizontina (70), Inhacorá (64), Mato Queimado (26), Nova Candelária (16), Novo Machado (60), Porto Lucena (61), Porto Mauá (20), Porto Vera Cruz (21), Porto Xavier (34), Roque Gonzales (49), Salvador das Missões (22), São José do Inhacorá (8), São Paulo das Missões (47), São Pedro do Butiá (34), Senador Salgado Filho (59), Sete de Setembro (57), Tucunduva (101), Tuparendi (96) e Ubiretama (29).

Por que isso importa para o RS

A estiagem recorrente entre 2020 e 2024 deixou um rastro de perdas no agronegócio gaúcho, estimadas em quase R$ 118 bilhões nas principais culturas – soja, milho, arroz e trigo. Considerando toda a cadeia – agropecuária,indústria, serviços e tributos -, o impacto chega a R$ 319 bilhões, quase metade do PIB estadual.

Nesse contexto, açudes estratégicos funcionam como uma espécie de “seguro natural” contra a irregularidade das chuvas. Eles estabilizam a produtividade e reduzem a dependência do clima, garantindo água para a lavoura, pastagem do rebanho e proteção à renda do produtor

Próximos passos para produtores e prefeituras

O encaminhamento central é transformar o diagnóstico em obras. As orientações técnicas apresentadas foram:

1. O produtor deve procurar a prefeitura para verificar se há ponto mapeado na sua propriedade (via sobreposição ao CAR).
2. É possível fechar parcerias com centros de ensino para fazer a demarcação na localidade. Em alguns municípios onde o projeto foi apresentado anteriormente, o curso de Engenharia Agrícola da Universidade Regional Integrada – URI – ficará responsável pela delimitação.
3. A execução do açude é de responsabilidade do proprietário, com possibilidade de financiamento pelo Sistema Nacional de Crédito Rural.

Há duas facilidades adicionais destacadas na apresentação:

Licenciamento: açudes com até 25 hectares de alaguenão necessitam de licença da Fundação Estadual de Proteção Ambiental – Fepam. O processo tramita diretamente nas prefeituras.
Parcerias privadas: empresas como Frigoestrela, Lactalis e Alibem já sinalizaram financiamento integral em propriedades de integrados.

O encontro em Santa Rosa abre uma frente prática para mitigar perdas bilionárias que têm se repetido ano após ano. Com captação definida, base técnica consolidada e adesão municipal ampla, o desafio agora é acelerar projetos executivos, mobilizar crédito e transformar os 2.339 pontos já mapeados em açudes nas propriedades.

 

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on print
Imprimir