Os empreendedores envolvidos com o projeto Porto Meridional, a ser construído na localidade de Rondinha, em Arroio do Sal, calculam que seja possível iniciar as operações da estrutura ao final de 2024. O presidente da DTA Engenharia (empresa contratada para desenvolver os estudos de engenharia básica e executiva e a obtenção do financiamento – funding – para concretização da obra), João Acácio Gomes de Oliveira Neto, adianta que o processo de licenciamento ambiental no Ibama deverá levar praticamente todo o próximo ano, sendo que a implantação do complexo, a partir do começo dos trabalhos, deve durar cerca de 20 meses. Oliveira Neto acrescenta que o empreendimento já conta com autorizações da Marinha e da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários para ir adiante.
Ele considera que o porto em Arroio do Sal se coloca como uma alternativa para capturar as cargas que não vão para Rio Grande e “fogem” do Estado, sendo escoadas por Santa Catarina, Paraná e até mesmo São Paulo. O executivo calcula que são encaminhadas para outras regiões de 10 milhões a 12 milhões de toneladas de cargas ao ano oriundas do Rio Grande do Sul. O porto no Litoral Norte terá capacidade para movimentar em torno de 50 milhões de toneladas anualmente, operando contêineres, granéis líquidos e sólidos e contará até com um terminal de passageiros. O calado será de 17 metros de profundidade, possibilitando a atracação de navios de maior porte (a título de comparação, o calado do porto de Rio Grande, em seu ponto mais profundo, é de 15 metros).
O investimento para tirar o projeto do porto Meridional do papel é estimado atualmente em cerca de R$ 6 bilhões. O presidente da DTA Engenharia comenta que os recursos podem ser obtidos através de um grupo de investidores, fundo de investimento ou financiamento de um banco de fomento, entre outros mecanismos. “O importante é que o porto seja um negócio viável”, frisa. Um dos investidores envolvidos com a iniciativa, o empresário Antônio Roso, destaca que um novo porto no Litoral Norte gaúcho, entre os terminais localizados em Rio Grande e Santa Catarina, servirá para diminuir custos logísticos. Ele reitera que o empenho agora é buscar os licenciamentos necessários para as ações irem adiante.
Roso salienta que, para viabilizar financeiramente a construção do empreendimento, é possível captar recursos do Bndes e há ofertas de novos investidores querendo participar do projeto. A implantação do novo porto foi motivo de reunião promovida ontem na Fiergs, em Porto Alegre, com o intuito de buscar mais investidores e demandantes dos serviços do complexo. O senador Luis Carlos Heinze, é um dos apoiadores da ideia, considera o evento na Federação e diz que a meta é atender a demandas de empresas situadas em locais como a Serra gaúcha, Norte do Estado e Metropolitana.
Fonte: Jornal do Comércio