O que me moveu na CPI

Sei que a minha participação na CPI causou estranheza a setores da imprensa, aos formadores de opinião e à chamada elite cultural. Tenho meu jeito, minha simplicidade, mas sei muito bem o que estava fazendo ali! E sempre tive consciência do preço político que pagaria ao criar um contraponto à poderosa e influente máquina que se formou. Um grupo com grandes interesses políticos e até mesmo financeiros.

O que fiz foi trazer contrapontos, inclusive científicos. Recebi insumos de todo o Brasil e do Rio Grande, com questionamentos e análises diferenciadas de quem está com o pé na vida real – médicos, pesquisadores e cientistas renomados. Procurei mostrar que a ciência não tem donos, pois vive justamente da contraposição permanente de hipóteses. E mais: que a dialética é o próprio esteio do ambiente científico, diferente das verdades prontas que, a todo momento, tentavam impor.

Levei mais de 240 estudos para contribuir nesse propósito de reanálise. Mas, ao invés de apropriar-se deles, o grupo político de oposição preferiu carimbar meu jeito. A sanha era por derrubar Bolsonaro – e eu era um empecilho desagradável desse propósito. Se o preço de ser um gaúcho simples é esse, está bem pago! Ao contrário de muitos que se acomodaram no muro, preferi denunciar a tentativa de derrubar o governo e de colocar a esquerda de volta no poder. Ou vocês acham que Renan Calheiros está a serviço de quem? Evidentemente, do PT e de seus partidos assistentes.

Nunca foi pela vida que eles se moveram. Sempre foi pela política e pelo poder. Num triste oportunismo sobre as vítimas e suas famílias, em nada contribuíram para diminuir o contágio e evitar o número de mortes. A vacinação avançou independentemente do espetáculo da CPI, que só produziu ofensas e arroubos. Também não era contra a corrupção, caso contrário, teriam atendido às inúmeras solicitações de investigação sobre desvios de dinheiro público, o verdadeiro propósito da comissão.

Agora é preciso olhar para o Rio Grande do Sul com espírito de retomada! Sem banalizar os efeitos da pandemia, mas também sem paralisar a economia e a vida das pessoas.

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