Foi realizado nesta sexta-feira, 21, na Fenamilho Internacional, um debate sobre um projeto piloto, capitaneado pelo senador Luis Carlos Heinze – PP/RS -, que promete resolver o problema da falta da água em 46 municípios gaúchos. O painel, que trouxe especialistas e produtores para Santo Ângelo, integra a agenda da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária – CRA- do Senado Federal.
O diálogo foi iniciado com a apresentação dos estudos de inventários de bacias hidrográficas, produzido pelo geólogo e ex-secretário de Irrigação, Rogério Porto, que destacou o potencial hídrico. “Dos cinco maiores aquíferos de água subterrâneo do mundo, o Brasil detém três deles. O RS tem a maior rede e densidade hidrográfica. Então, o que precisamos é ter uma política de acumulação de água ”, afirmou Porto.
Na sequência, a abordagem ficou por conta do presidente do Instituto Espinhaço, Luis Oliveira. Ele expôs a ideia geral do Pró-Água RS, idealizado a pedido de Heinze. O projeto similar aos “Juntos Pelo Araguaia” – que está recuperando 10 mil hectares – pretende viabilizar toda a cadeia de recuperação de bacias e solo, de forma integrada com diversos agentes sociais.
“Governo nenhum vai resolver o problema do RS. Só um conjunto de iniciativas que incluem o governo federal, estado, prefeituras, iniciativa privada, academia e terceiro setor poderá solucionar”, ressaltou Oliveira ao destacar a importância do trabalho em conjunto.
Heinze, que articulou o encontro e tem trabalhando o assunto junto as entidades do setor, considera que a junção dos estudos do geólogo e ex-secretário de Irrigação do Rio Grande do Sul, Rogério Porto, mais a lógica do projeto “Juntos Pelo Araguaia” pode transformar o cenário na região. “Temos aqui soluções concretas para aumentar a produção de alimentos, inicialmente, nas regiões da AMM e AMUFRON. É um programa viável, com práticas testadas em outras unidades da federação. Sem falar que temos a possibilidade de realizar sem onerar a máquina pública ou produtores”, enfatizou o senador.
A secretária de Meio Ambiente do Estado de Goiás, Andrea Vulcanis, reforçou o potencial do projeto ao retratar a experiência local. “O governo funciona como orquestrador de um grupo de parceiros que atuam na recomposição. É um novo modelo de desenvolvimento sustentável que não está baseado em comando e controle”, afirmou Vulcanis.
O debate rendeu – o evento que durou mais de duas horas incluiu ainda questões como: licitação, energia, legislação e até seguro agrícola.
Santa Rosa
Heinze realizou também na sexta-feira, 21, um painel em Santa Rosa para explicar o Pró-Água RS, na mesma lógica do que foi apresentada na Fenamilho Internacional. Participaram da reunião representantes do Sicredi, Banco do Brasil, Banrisul, cooperativas, cerealistas, indústria de máquina, carne e leite, por meio da liderança do prefeito Anderson Mantei.
