Há 60 anos se fala do projeto da Hidrovia da Lagoa Mirim, que ligará o Rio Grande do Sul ao Uruguai. Porém, pela primeira vez a obra está próxima de sair do papel. O comércio entre os dois países mudará de relevância e entrará em um novo ciclo de desenvolvimento econômico.
A hidrovia da Lagoa Mirim está no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), sendo a única proposta nesse formato no modal hidroviário do Brasil. A concessão à iniciativa priva já está autorizada pelo Governo Federal. O edital será lançado ainda no primeiro semestre deste ano. Os estudos de viabilidade técnica e ambiental estão bastante avançados. Será um projeto-piloto e servirá de modelo para novos investimentos no setor.
O contexto atual do projeto, os próximos passos e os desafios para a implantação da hidrovia foram atualizados nesta quinta-feira (10/02), em Rio Grande, pelo senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) e o empresário João Acácio, dono da empresa DTA Engenharia, que é referência em projetos de portos e hidrovias no Brasil. O encontro foi organizado pela Associação dos Varejistas e pelo Sindilojas do município. Estiverem presentes lideranças políticas, civis e empresarias da região Sul.
O investimento gerará empregos e oportunidades de negócios através de empresas que terão interesse em investir na região para explorar o modelo de transporte, que é mais barato, ágil e eficaz: “O Porto de Rio Grande vai exportar mais! O volume de carga será ampliado entre 20% e 25% aqui. Isso vai gerar renda e empregos. O empresário e o produtor terão uma redução significativa no custo com o transporte. O gasto com a carga fluvial pode cair pelo menos 20% na comparação com o transporte terrestre. Todo mundo será beneficiado com a hidrovia”, destacou o senador Heinze.
Insumos agropecupecuários, fertilizantes, grãos e o setor madeireiro serão algumas das áreas econômicas beneficiadas. O modal hidroviário tem importância estratégica para o Rio Grande do Sul. O empresário e engenheiro paulista João Acácio lembrou que o modelo será privado e gerará muitas oportunidades: “Santa Catarina tem 6 portos marítimos e em breve terá 9. O Rio Grande do Sul tem apenas um porto marítimo. Sendo que o RS tem um PIB 50% maior do que o estado vizinho e uma costa marítima 20% maior. É preciso refletir sobre esses números. O Rio Grande do Sul perde oportunidades com essa diferença de infraestrutura portuária”, lembrou o empresário, responsável pelo projeto da hidrovia da Lagoa Mirim.