Esta quarta-feira (8/12) foi de eventos entre lideranças políticas e empresariais para debater dois temas relevantes para o Rio Grande do Sul: hidrovias e ferrovias. Os modais são defendidos pelo senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), que tem trabalhado duro para tirar do papel demandas históricas. Os encontros aconteceram na FIERGS e na UFRGS.
O primeiro evento ocorreu durante a manhã no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul. Técnicos do Ministério da Infraestrutura mostraram aos empresários os projetos para revitalização e construção de ferrovias. O secretário nacional de Transporte Terrestre, Marcello Costa, destacou que é necessário antecipar a renovação da concessão com a empresa Rumo, responsável pela Malha Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná). O governo federal busca um acordo com garantia de investimentos, algo que não está previsto no contrato atual, que termina em 2027.
O secretário lembrou que a Malha Sul tem pouco mais de 7 mil quilômetros de extensão e os investimentos são estimados em R$ 10 bilhões para os três estados. O plano seria revitalizar trechos e liberar outros que estão em desuso. Atualmente, menos de 2 mil quilômetros estão em atividade. O senador Heinze reforçou a importância do modal para reduzir custos: “O custo logístico é muito alto para os produtos feitos aqui no Rio Grande do Sul. O transporte de carga representa cerca de 20% dos custos. As ferrovias são importantes para tornarmos os produtos gaúchos mais competitivos no exterior”.
O objetivo é tornar realidade o projeto de investimento nos próximos dois anos. É importante lembrar que o marco legal ferroviário do país já foi aprovado no Senado e está em tramitação na Câmara dos Deputados. O senador Heinze reiterou que o interesse é de todos: “As federações da indústria dos três estados, o comércio, a agricultura, as cooperativas e os cerealistas desejam ver em prática esse projeto. Essa união de esforços resultará em desenvolvimento para todos”.
O segundo evento aconteceu no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e reuniu autoridades do Brasil, do Uruguai e empresários. Como tema central: navegação na hidrovia Lagoa Mirim – Lagoa dos Patos. O tema está engavetado desde 1961. Agora, 60 anos depois, a hidrovia entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai está mais próxima de se tornar realidade. Esse trabalho tem entre as lideranças o senador Luis Carlos Heinze: “Será a primeira hidrovia com pedágio da América Latina. O investimento privado mudará a logística entre o Brasil e o Uruguai, principalmente com o Rio Grande do Sul. A importação e a exportação de produtos, especialmente agrícolas, são pontos de interesse em comum dos dois países. Uma área de um milhão de hectares, que tem arroz e pecuária, será beneficiada. O Uruguai produz também cimento, que poderá chegar ao Rio Grande do Sul com valor mais competitivo”.
A empresa DTA Engenharia Portuária e Ambiental, de São Paulo, está envolvida no projeto e apresentou o estudo de batimetria. O presidente da empresa, João Acácio, destacou que a dragagem da hidrovia é simples, porém a eclusa precisa ser vista com mais atenção. Os investimentos são estimados em 10 bilhões de dólares.