Heinze realiza debate sobre sanidade animal e exportações

O senador Luis Carlos Heinze (PP/RS) realizou nesta quinta-feira, 9, por meio da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, o Ciclo de Palestras e Debates, durante a 44ª Expointer. Na discussão o tema sanidade animal e novos mercados para a proteína, diante do reconhecimento do Rio Grande do Sul como área livre de febre aftosa sem vacinação, pela Organização Mundial de Saúde Animal – OIE. O encontro foi realizado na Casa da Farsul, no Parque Assis Brasil.

O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, foi o primeiro a falar, agradecendo ao senador Heinze pela iniciativa de levar a pauta para a Expointer. Na sequência, o senador abriu o debate apresentando os números das exportações do Brasil. “No ano passado exportamos US$ 8,4 bilhões em carne bovina – 1º lugar no ranking mundial – US$ 5,9 bilhões em frango – 1º lugar – e US$ 2,2 bilhões em suínos – 4º lugar. Essa é uma prova de que estamos no caminho para sermos os maiores produtores de alimento do mundo. Nada mais justo que promovermos um debate sobre sanidade animal com todos os setores”, destacou

O presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA – Francisco Turra, destacou que sanitariamente o país vai bem e que isso é resultado de um trabalho de cuidado das autoridades e educação ao longo dos anos para a importância do tema. “Somos auditados por nosso sistema oficial de inspeção e pelos 160 países importadores de nossas proteínas, além de centenas missões internacionais privadas que nos visitam anualmente. A qualidade de nossos produtos e o status sanitário de nossa produção são atestados que nos permitem seguir como parceiros pela segurança alimentar de diversos países”, disse.

O Ministério da Agricultura foi representado pelo chefe da Divisão Agropecuária da Superintendência do Ministério da Agricultura, Jairo Carbonari, que falou sobre sanidade vegetal e a necessidade de controle também nesse segmento. “A cigarrinha do milho ainda é um problema que temos que ter um controle efetivo, afinal o cereal alimenta diversas cadeias animais. Temos que estar atentos tanto a sanidade vegetal quanto animal. A importância de uma assistência técnica frequente, dos programas de educação em sanidade e da participação do governo nos programas de educação continuada é fundamental”, levantou. Durante as discussões também foi abordada a queda da produção de milho no estado e a necessidade de alternativa e incentivo aos produtores.

Ainda pelo Ministério da Agricultura falou o auditor fiscal Gilson Evangelista que realizou um retrospecto sobre o enfrentamento da aftosa no Brasil. Os representantes do MAPA lembraram que o certificado, emitido pela OIE, de zona livre de vacinação será entregue ao governo gaúcho durante a Expointer, pela ministra Tereza Cristina que está em roteiro pelo estado.

O presidente-executivo da ASGAV/SIPARGS, José Eduardo dos Santos, agradeceu o empenho de técnico e profissionais para a manutenção da segurança da sanidade no país, além de destacar as parcerias com empresas privadas realizadas pelo governo.

Exportações

Segundo Heinze, o novo status sanitário permite a exportação para alguns países que são mais exigentes e que pagam pela carne de boi um valor que pode ser até 30% superior aos preços praticados no mercado internacional.

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. Dessa forma, o representante da agência na região Sul, Gabriel Issacsson, levou ao debate a possibilidade de novos mercados trazida pela chancela. “Queremos agir como uma verdadeira agência de marketing do Brasil, posicionando e defendendo a imagem do país além-fronteiras”, salientou.

Além disso, Gabriel apresentou um programa de acesso a mercados da Apex que terá a edição de 2021 lançada no canal do youtube da entidade na próxima quarta-feira, 15.

Outro ponto abordado no debate foi a necessidade de aumentar a criação de bovinos no estado, para objetivar um aumento nas exportações e crescimento no mercado. O presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul – Sicadergs – Ronei Lauxen, pediu apoio para políticas de incentivo à produção bovina. “Hoje o Rio Grande do Sul vive uma de suas maiores crises enfrentadas pelos frigoríficos gaúchos. Estamos operando, em pleno período de safra da carne do Rio Grande do Sul, com 55 % da capacidade dos estabelecimentos funcionando pela falta de matéria prima. Já tivemos um rebanho de mais de 14 milhões de cabeça. Posso afirmar que não temos mais de 10 milhões nesse momento”, lamentou.

Heinze se comprometeu em realizar um debate sobre o tema com representantes do setor no Senado Federal, incluindo a cadeia como um todo.

Peste Suína Africana

Manter o Brasil livre da Peste Suína Africana (PSA) passa por uma série de ações que vão da educação, da comunicação até a detecção precoce da doença que afeta os animais e não é prejudicial para humanos, podendo entrar em um país por diversas formas. Esse também foi um dos assuntos debatidos no Ciclo de Palestras e Debates do Senado Federal.

No debate, ficou claro que as ações contra a doença devem ser feitas de forma integrada com foco principalmente na detecção precoce. O Mapa desenvolveu, nesse sentido, o Plano Integrado de Vigilância de Doenças dos Suínos 2021, que visa fortalecer a capacidade de detecção precoce, demonstrar ausência das doenças nas populações de suínos e priorizar inspeções e colheitas em propriedades de maior risco.

Outros Problemas

O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos –SIPS – Rogério Kerber, levantou dois grandes problemas que ainda devem ser observados. “O ingresso de brasileiros e visitantes no país com produtos de origem animal deve ter regras mais rígidas para aumentarmos o controle sanitário. Da mesma forma, o descarte desses alimentos precisa de um cuidado ainda maior. Outra questão é a valorização dos fiscais agropecuários. Não podemos ter escassez de recursos nessa área, temos que investir para garantirmos a liderança na produção de alimentos”, avaliou.

Participações

Também participaram do Ciclo de Palestras e Debates o vice-presidente da Farsul, Elmar Konrad; o representante da Comissão de Agricultura da Cãmara dos Deputados, deputado Alceu Moreira (PMDB/RS); o presidente da Comissão de Agricultura da ALRS, deputado Adolfo Brito (PP); o representante da Secretaria Estadual de Agricultura, Fernando Groff; o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no RS, Eugênio Zanetti; o presidente da Associação de Criadores de Suínos do RS, Valdecir Falador e o presidente da Cotrijal, Nei César Manica.

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on print
Imprimir