Heinze coordena projeto de integração comercial e investimento logístico com o Uruguai

Focado em intensificar o intercâmbio comercial com o Brasil, o embaixador do Uruguai, Guillermo Valles, propôs uma articulação entre os países para destravar projetos logísticos em curso há décadas. O plano de trabalho foi apresentado em reunião com lideranças do setor produtivo do Rio Grande do Sul, na manhã desta sexta-feira, 6, na sede da Farsul, em Porto Alegre, em evento organizado pelo senador Luis Carlos Heinze (PP/RS).

Interlocutor dos interesses do agronegócio e vendo as potencialidades desse intercâmbio no abastecimento de grão para a produção de aves, suínos e leite, o senador Heinze é defensor do tema, ressaltando a importância de trazer parte da safra de milho uruguaio ao Brasil.

Segundo o embaixador, o Uruguai tem amplo potencial para produção de cereais, mas as lavouras não se ampliam exatamente pela falta de estruturas de armazenagem e de vias de escoamento mais competitivas ao mercado internacional. “Enquanto uma carga de arroz uruguaio precisa percorrer 400km por rodovias para ser exportada por Montevideo, o mesmo produto poderia fazer 200Km por via fluvial para chegar a Rio Grande”, disse Valles.

A chave para viabilizar a integração é o fortalecimento do modal hidroviário, estabelecendo um canal direto com o Porto de Rio Grande por meio de hidrovia pela Lagoa Mirim. Nesse contexto, Heinze tem sido um grande incentivado do processo para efetivação da Hidrovia do Mercosul.

“A navegação se dará pela Lagoa Mirim, rota que há muitos anos vêm sendo estudada. O rio Tacuarí é afluente da lagoa e abrange os territórios de Cerro Largo, Trinta e Três e Tacuarembó. Regiões com potencial de produção agropecuária e florestal de mais de um milhão de hectares. Este será um grande passo para o incremento econômico das regiões, além de promover o turismo”, destacou o senador.

Para concretizar o processo, seria essencial aumentar o calado de rios e canais, o que depende de obras de dragagem no Brasil e no Uruguai. O embaixador uruguaio ressaltou que o investimento nesses processos é pequeno perto do ganho econômico e que pode ser rateado entre os dois países.

“O projeto, que está nos planos da Bacia do Prata há 60 anos, poderia ser viabilizado por uma parceria público-privada, o que o consolidaria como a primeira hidrovia público-privada da América Latina. No lado brasileiro, as dragagens precisariam ser efetuadas no Sangradouro, no Canal São Gonçalo e no acesso ao Porto de Santa Vitória do Palmar”, detalhou o uruguaio.

Heinze informou, durante o encontro, que há projetos tramitando em Brasília no sentido de fortalecer o intercâmbio logístico com o Uruguai por meio de investimentos em infraestrutura. Um deles é a construção de nova ponte em Jaguarão (RS).

Produção de milho

Presente no encontro, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, frisou a importância de um intercâmbio, entre os países, regido por um regramento mínimo que não comprometa nenhum setor produtivo. O Uruguai opera com custos inferiores aos praticados no Brasil.

O embaixador Valles concordou com a posição apresentada e lembrou que a ideia é agir em bloco, favorecendo os dois países e não imponde concorrência predatória. “É preciso tratar de regulamentações, olhar o espaço comum, juntar as autoridades. Temos que olhar a questão territorial para que o fator de equilíbrio não seja o contrabando”, apontou.

O diretor de Exposições e Feiras da Farsul, Francisco Schardong, informou que o assunto deve ser alvo de uma nova reunião nas próximas semanas. A proposição é integrar o setor produtivo brasileiro e uruguaio para definir uma pauta a ser apresentadas durante a Expointer, que acontece de 4 a 12 de setembro. Também participaram da reunião lideranças da Fetag, Fecoagro, Asgav, Sips e  Fundesa.

Informações: Ascom – Sindilat

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on print
Imprimir