Heinze apresenta voto em separado ao relatório final da CPI da Pandemia

O senador Luis Carlos Heinze (PP/RS) apresentou, nesta terça-feira, 26, durante a última reunião da CPI da Pandemia, o seu voto em separado ao relatório protocolado pelo senador Renan Calheiros (MDB/AL).

Para Heinze, a CPI nasceu com o objetivo de desgastar o presidente Bolsonaro e nunca deu espaço para outro pensamento que mostrasse a eficácia do tratamento precoce e do trabalho do governo federal para acabar com a pandemia. “É importante ressaltar que, mesmo que o governo quisesse adquirir vacinas em dezembro de 2020, não havia naquela data nenhuma dose disponível no mercado”, sustentou o parlamentar.

Outro ponto apresentado pelo congressista foi o descaso do relator ao depoimento de cientistas favoráveis a utilização de fármacos no combate à Covid-19. “Após o pronunciamento inicial dos médicos convidados, Francisco Cardoso Alves e Ricardo Zimerman, a CPI presenciou um desacato à democracia. Renan Calheiros se recusou a realizar perguntas aos profissionais e se retirou do plenário. Prova de autoritarismo e fuga à exposição de ideias. O Senado Federal é uma Casa de estímulo às grandes discussões do país”, lembrou o senador gaúcho.

Em suas redes sociais e também por mensagens no celular, Heinze recebeu o pedido de inúmeros seguidores para que expressasse a opinião do jornalista J.R. GUZZO, publicada na revista VEJA, em 26/08/2021. “A CPI da Covid foi aberta em abril e até agora não investigou os desvios de dinheiro do combate à pandemia nos estados. Não há registro, nos 200 anos de história do Parlamento brasileiro, de alguma coisa — qualquer coisa — tão calamitosa para o Congresso Nacional, o respeito devido às instituições e à lei e, no fim das contas, à ideia de que a vida pública deve ser conduzida com um mínimo de decência, quanto essa “CPI da Covid” que se arrasta por aí desde o início do mês de maio. A CPI nasceu morta, por um motivo bem simples: sua intenção nunca foi fazer uma investigação séria, honesta e profissional de irregularidades ocorridas no tratamento da epidemia. Tudo o que quis, de maneira indiscutível e flagrante, foi chegar à conclusão de que o presidente da República havia praticado genocídio”, leu o senador durante a reunião, evidenciando o direcionamento do relatório.

Lista de Indiciados: Logo após a leitura dos argumentos que levaram Heinze a votar em separado, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu ao senador Renan Calheiros (MDB-AL) a inclusão do senador gaúcho na lista dos indiciados pelo relatório final do colegiado.

Sobre o requerimento, Heinze evocou o artigo 53 da Constituição Federal. Segundo o dispositivo, deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. “Tanto o autor do requerimento como o relator parecem desconhecer o que está escrito em nossa Constituição. E mais, erroneamente querem me imputar um crime por falar a verdade. Tenho provas. São 294 estudos que confirmam a eficácia desses medicamentos. A voz da representação do povo brasileiro no parlamento corre o risco de ser silenciada simplesmente por não agradar aos que se intitulam donos da verdade. Se incomodei alguns, tenho convicção de que procurei salvar milhares de cidadãos deste país, cujos médicos foram demonizados por também pensarem diferente. Esse relatório irá para o lixo da história e não me preocupa ter o meu nome incluído nele”, conclui o congressista.

No fim da tarde, o relator Renan Calheiros, a pedido do autor do requerimento, Alessandro Vieira, retirou o nome do senador Heinze da lista de indiciados.

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