Brasília, 9 de dezembro de 2025 – O senador Luis Carlos Heinze – PP-RS – coordenou, na manhã desta terça-feira, 9, uma reunião com produtores, empresários e lideranças políticas para reestruturar a cadeia do etanol na Região das Missões. A intenção é viabilizar um novo projeto industrial capaz de atender à crescente demanda da aviação agrícola no estado. A proposta mira o fortalecimento produtivo, redução de custos logísticos e geração de novas oportunidades para o agronegócio gaúcho.
O encontro discutiu a retomada da produção do combustível em municípios como Porto Xavier e Roque Gonzales, com um modelo de integração entre cana-de-açúcar e milho, que assegura oferta ao longo do ano e supera a sazonalidade típica do Rio Grande do Sul. O pré-projeto prevê inicialmente 300 hectares de cana, com possibilidade de duplicação da área com apoio da administração de Porto Xavier. A estimativa inicial indica produção anual entre 12 e 15 milhões de litros de etanol, volume capaz de suprir a demanda das empresas da aviação agrícola.
O representante do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola – Sindag -, Francisco Dias da Silva, destacou que o etanol é amplamente utilizado pelo segmento, alternativa competitiva à gasolina. Os empresários relataram um consumo anual em torno de 12 milhões de litros apenas nas aeronaves no estado, o que, na visão do senador, evidencia a viabilidade do empreendimento. “Quando existe uma demanda firme como essa, fica claro que o projeto é viável e estratégico para a região, para os produtores e para a economia dos municípios”, afirma.
A proposta inclui uma usina moderna, com operação contínua, produzindo seis meses com cana e seis meses com milho, além do aproveitamento industrial de DDG – coproduto de alto valor proteico – e CO₂, itens que agregam receita e ampliam a sustentabilidade econômica da planta. Tanques de armazenamento já existentes na região estão sendo avaliados pelo prefeito de Porto Xavier, Gilberto Domingos Menin, para reduzir investimentos iniciais e facilitar o fluxo de produção.
Também foram discutidos cenários de competitividade, custos industriais, preços-base e comparação com novas usinas de etanol de milho em construção no estado. O grupo definirá agora modelos produtivos e a estrutura financeira do projeto, com apoio de especialistas para consolidar cálculos de viabilidade, farelo, etanol e captura de carbono.
Ao final, ficou definido que serão realizadas novas reuniões técnicas para detalhamento dos custos, definição da modelagem da usina e aprofundamento das análises de mercado, incluindo estudos sobre variedades de cana adaptadas ao clima das Missões.