Por Luis Carlos Heinze – PP/RS
O Rio Grande do Sul é um estado que se diferencia pela qualidade de sua mão de obra, pelo compromisso de seu povo com o trabalho, mas que padece miseravelmente por falta de infraestrutura. São anos de pontes destruídas, de ausência de um modal de transporte eficiente e de promessas não concretizadas. Falta compromisso do Poder Executivo, em suas mais variadas esferas, no que diz respeito à infraestrutura.
A situação, inclusive, foi agravada com as últimas enchentes. A quantidade de pontes que exigem recuperação é impressionante. Veja que o RS tem apenas um porto, enquanto o estado vizinho conta com pelo menos seis. Não é por acaso que abracei, ao longo dos anos, a construção do novo Porto Meridional com a veemência de quem deseja ver seu povo ter a oportunidade de explorar todo o seu potencial.
No ranking da competitividade a infraestrutura do RS ocupa a 11º, entre as 27 unidades da federação. O dado é complexo, especialmente, quando observamos que o Brasil tem uma estrutura caótica. Figurar no ranking dessa maneira é ainda mais desafiador.
Temos também um retardo nos órgãos ambientais que precisa ser corrigido. Hoje, tudo fica parado no Ibama ou na Fepam. Falta pessoal, bom senso e sobra burocracia. Quem empreende não é inimigo do meio ambiente, pois precisa dele até para sobreviver. É preciso afastar os boatos e agir com base nos fatos. Inclusive, tenho trabalhado aqui no Congresso para melhorar o processo de licenciamento ambiental. O PL 2159/2021 estabelece prazos a serem cumpridos e regras que consideram o porte de cada empreendimento a ser licenciado.
O RS merece portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, hidrovias e as mais eficientes ferramentas que a engenharia pode oferecer. Por aqui há produção de qualidade e esforço suficiente para fazer crescer um país continental como o nosso.
E qual é a realidade de Santa Maria, tchê? A cidade que cresceu por conta dos trilhos hoje caminha a passos lentos quando o assunto é infraestrutura. Sua localização geográfica poderia torná-la um centro logístico interessante, mas como fazer isso se temos entraves até de acesso à cidade, nas BR-290, e até ponte caída na ERS-287? Sobre esta última, tenho que dizer que, em diálogo direto com a concessionária, fui informado de que a obra não anda, pasmem: por conta do excesso de burocracia da Secretaria de Reconstrução do Rio Grande do Sul. Uma secretaria criada para contornar crises e reduzir os riscos de novas enchentes pode dificultar a recuperação? Algo precisa ser devidamente explicado.
Outra questão é a obra da Travessia Urbana, que defendi à exaustão nos meus diálogos com o governo e que ainda não foi finalizada. O DNIT disse que 98% da obra foi concluída e que, em seis meses, entregará o restante. Confesso que seguirei cobrando, com desconfiança quanto aos prazos, pois muito já nos foi prometido e, convenhamos, o governo petista é complexo quando o assunto é entrega. Mas asseguro a você que, da minha parte, não haverá descanso e as cobranças semanais continuarão.
A terra das universidades tem potencial para ir muito além, desde que receba a infraestrutura de qualidade que merece. Deixo aqui meu apelo ao prefeito, vereadores, deputados, ao governador e a todos aqueles que conquistaram um voto de confiança desse povo. Foquem na infraestrutura, meus amigos, pois o desenvolvimento se torna realidade pelas mãos do nosso povo.