Carta aberta

Quero conversar com você, que me escreve diariamente e acompanha minha trajetória política, sobre democracia e o meu papel enquanto Senador da República. Por mais que a situação política seja angustiante e injusta, não há como concordar com atos de violência, nem com a depredação do patrimônio público. É preciso manter o equilíbrio e defender o nosso país com as ferramentas do sistema democrático. É direito manifestar pacificamente o posicionamento político, de cobrar dos representantes a pauta prometida durante as eleições. É direito denunciar abusos que por ventura tenham sido cometidos.

Entendo que sobre 8 de janeiro a população brasileira precisa saber o que de fato aconteceu e só uma CPI poderá oferecer a devida transparência. Afinal, como explicar a inação do Poder Executivo diante dos alertas da ABIN, das polícias Federal e legislativas, dos registros da ANTT? Como explicar a surpresa do presidente Lula, diante das câmeras? Como explicar a demora no atendimento da ocorrência? Flavio Dino não sabia? Sobre os documentos mencionados pelo Senador Marcos do Val, que mostram indícios de prevaricação por parte do Governo Federal, alguém pode esclarecer? Investigações seletivas de cunho político não podem continuar acontecendo!

O discurso da grande imprensa e do judiciário sobre democracia e justiça, no meu entender está distorcido! É justo deter em prisão preventiva 942 pessoas e outras 464 com liberdade restrita, simplesmente porque praticaram um ato político, ainda em investigação, e, ao mesmo, tempo permitir que presos condenados em segunda instância sejam soltos? É justo criar uma lei paralela e categorizar como terroristas quem participa de manifestações políticas? É democrático censurar contas nas redes sociais? Hoje, temos um presidente da República que foi condenado e descondenado!

Consegue entender o tamanho da incoerência? E tem mais: vamos falar sobre a situação das mulheres que foram detidas, elas que foram tão ressaltadas em discurso populista do Lula! Posso afirmar que o mínimo para manter a higiene íntima foi negado. Cadê a sensibilidade e o barulho similar ao demonstrado no caso da pobreza menstrual? Nada foi dito! Só reportagens e declarações tendenciosas com alegações que visam estimular uma briga de classes sociais. Preciso dizer, que enquanto Senador da República estou adotando todas as providências que a legislação permite.

No Senado tenho trabalhado pela instalação da CPI, pela convocação de ministros, pela eleição de Rogério Marinho, pela derrubada da censura e por tantas outras pautas urgentes, que podem reequilibrar a nossa democracia. Também coloquei minha equipe à disposição para socorrer as centenas de pais de famílias, idosos e cidadãos de bem que foram detidos de forma injusta.
Na esfera mundial, considerando as narrativas fantasiosas, tenho trabalhado na elaboração de uma denúncia que será apresentada aos Organismos Internacionais. Por fim, gostaria de destacar que sou patriota e jamais desistirei do Brasil! Seguirei na oposição, pois entendo que na condução do executivo temos um partido com um histórico de corrupção inaceitável. Serei um defensor desmedido da democracia e dos direitos dos cidadãos brasileiros.

Obrigado pela confiança.

Luis Carlos Heinze
Senador PP/RS

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